terça-feira, 25 de agosto de 2009

Posição do cavaleiro


A iniciação em equitação, nas suas primeiras lições, se depara com a reação involuntária e instintiva do sistema nervoso e muscular, causadora da contração.

Corrige-se esse problema inicial com exercícios de volteio, conduzidos descontraidamente no início das primeiras aulas e pelas conversas mantidas entre os próprios alunos durante os passeios no exterior.

As contrações surgem no começo do trabalho e desaparecem pela prática dos flexionamentos. Devem ser trabalhados: o assento, região renal, espáduas, braços, cabeça, coxas e pernas.

A colocação na sela permite ao cavaleiro firmar seu assento e adquirir a liberdade de movimentos sem a qual será impossível empregar bem as ajudas.

O assento – primeiro meio de firmeza – é a qualidade que permite ao cavaleiro permanecer senhor do seu equilíbrio em todas as circunstâncias, sejam quais forem as reações do cavalo, é a principal qualidade a buscar, pois, constitui a base da solidez em seguimento à obtenção da confiança, é a garantia de boas mãos nas rédeas, sem a qual não há conduta do cavalo nem adestramento possíveis.

Os estribos – segundo meio de firmeza – são necessários para dar uma rápida confiança aos cavaleiros principiantes, recurso insuficiente, porém útil, permitem mantê-los mais tempo montados e progredirem nas instruções sem causarem danos à boca do cavalo.

O trote sem estribos será empregado no picadeiro ou em pequenos percursos no exterior como ginástica, prova de descontração, obtenção da descida das coxas e ajustagem do assento. Todo trabalho no picadeiro, incluindo saltos, deve ser realizado sem estribos.

As rédeas servem tão somente para indicar ao cavalo o caminho a ser seguido, jamais para que o cavaleiro/amazona nelas se apoie em busca do equilíbrio. O governo do cavalo exige fundamental independência das ajudas. (Observações: ajudas naturais: mãos, pernas e peso do corpo do cavaleiro; ajudas artificiais: chicote, esporas, estalos da língua, etc.).

A independência das ajudas será obtida através das flexões do busto, cada vez mais pronunciadas, para frente, retaguarda, direita, esquerda, flexionamentos das articulações das espáduas e pernas. Durante a execução de qualquer destes movimentos a mão ou as mãos que seguram as rédeas permanecem sem rigidez no seu lugar em contato com a boca do cavalo.

A fixidez a cavalo é a ausência de qualquer movimento involuntário. É um oposto do oscilante e garante a possibilidade da intervenção das ajudas com precisão e oportunidade para gerar a calma e/ou impulsão do cavalo.

A boa posição do cavaleiro depende sobretudo da direção do olhar, colocação dos punhos, nádegas e joelhos. O fato de manter os olhos atentos e de abarcar franca e naturalmente o horizonte com o olhar obriga o cavaleiro a conservar a cabeça erguida, o busto ereto e as nádegas no fundo da sela; assim, desde o começo, os cavaleiros devem se habituar a observar tudo o que passa em torno, sem perder a atenção do que está fazendo. Os punhos são voltados para dentro, as unhas se defrontam, os polegares para cima, os cotovelos se aproximam naturalmente do corpo, em conseqüência as espáduas se endireitam, o peito se salienta e a cabeça fica desembaraçada. O assento depende da posição das nádegas que devem deslocar tanto quanto possível para frente, sem ocasionar o encurvamento da coluna. Os joelhos estão em suficiente aderência à sela, as coxas se acomodam naturalmente no coxim e o pé cai normalmente.

Em resumo, um bom assento, aderente, firme e capaz de assegurar a independência de movimentos, assim como uma completa liberdade de espírito, nos trará:

- aprumo do tronco;

- flexibilidade da região renal;

- aderência das coxas;

- fixidez das pernas;

- desembaraço da cabeça, dos ombros e dos braços.

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