quinta-feira, 23 de julho de 2009

Técnicas e Táticas para aplicação da tropa de choque montado em ações de CDC

As ações conjuntas das Tropas de Choque (Montada e Convencional) mobilizam os fundamentos das Técnicas de Policiamento Ostensivo, traduzindo-se em ação de força, ensejando níveis de inibição e desestímulo no confronto direto em caso de CDC, por meio da demonstração de integração, sincronia e padronizações de atitudes e procedimentos, provocando efeitos psicológicos sobre aqueles que maculam a Ordem Pública, proporcionando, de forma coesa e coordenada, uma realidade de organização, disciplina e preparo, constituindo-se em recursos técnicos e táticos à disposição dos Comandantes de Operações, cujo emprego deve merecer prévia avaliação quanto à oportunidade e conveniência.

As atuações sincronizadas deverão ser baseadas em dados decorrentes de levantamentos adequados e precisos das particularidades e peculiaridades dos movimentos, das localidades com suas vias de acesso e escoamento, nível de agressividade e tática dos manifestantes. Taticamente, o levantamento operacional prévio à atuação da tropa hipo se faz imprescindível, com vistas à alimentação de dados, da mesma forma, durante e após a ação, tendo como objetivo, um esquema de segurança ao dispositivo a ser adotado.

A maneira e o dispositivo a serem utilizados dependerão do espaço para manobrar, do número de manifestantes e do terreno em que estarão operando.

a) EMPREGO PREVENTIVO: Tem o propósito de proceder à ocupação prévia da área onde se presuma registros de concentração, taticamente, não desejável. Nestas condições, o grupamento hipo poderá ser fracionado até o nível de trio, realizando patrulhamento de área restrita, objetivando evitar o ajuntamento e, consequentemente, a dispersão de pessoas para pontos secundários.

b) EMPREGO REPRESSIVO: A ação de tropa montada mobiliza os fundamentos das Técnicas de Policiamento, traduzindo-se em ação de força. Utiliza-se, para tanto, formações compatíveis com a situação, objetivando-se, basicamente, a dispersão. Necessário, se faz a previsão das vias de escoamento, a fim de se evitarem registros indesejáveis. No caso de CDC, a tropa hipo deverá estar disposta, a princípio, à retaguarda da tropa a pé. Em se tratando de resposta imediata a uma agressão efetuada por uma turba, avaliada a situação e necessidade do momento, a tropa a pé permanecerá disposta no terreno, mantendo suas posições, enquanto a tropa hipo assume a frente da formação e parte para o entrevero. A tropa a pé será responsável pelo “pente fino”. Dependendo do quadro tático observado, após uma ação repressiva, a tropa montada deve reorganizar-se e manter-se em condições de proceder em novas incursões repressivas, ou, se for o caso, apoiar outras unidades operacionais de choque na missão de ocupação de área com vistas ao restabelecimento da ordem.

Toda tropa especializada atuará sempre em apoio às unidades ordinárias, logo possuirão comando próprio para execução de suas ações. Faz-se necessário planejamento prévio da ação ou operação buscando definir posicionamentos e atuações de cada tropa integrante do CDC.

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1º Tenente PMBA Sivalnei Sales Bispo

Especializado em Policiamento Montado e Socorrismo de Equinos pela PMBA.

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